LEITURAS DRAMÁTICAS – PROJETO 80PLÍNIOS
Sextas de maio, 19h30. Classificação: 18 anos.
40 convites por sessão. Retirar com antecedência na portaria da Biblioteca.
O grupo teatral Ethos, de Americana, celebra os oitenta anos do saudoso Plínio Marcos com uma série de intensas leituras dramáticas de obras premiadas do seminal dramaturgo. Além das leituras, cada noite terá extras e surpresas imperdíveis.
Dia 08 – Abajur lilás (1969)
Escrita há mais de 40 anos, no ápice da repressão e da censura pela ditadura militar no Brasil, O Abajur Lilás, de Plínio Marcos, retrata a amarga realidade de personagens marginalizadas. Com uma linguagem naturalista e visceral, a obra apresenta um universo de violência e opressão onde prostitutas são submetidas aos abusos de um inescrupuloso dono de prostíbulo e seu violento serviçal. Um ambiente onde os jogos de poder e os conflitos de interesses podem reduzir o valor da vida a menos que um abajur lilás.
Dia 15 – A dança final (1994)
É a primeira montagem de um dos últimos textos de Plínio Marcos. A DANÇA FINAL é uma comédia tendo como tema a classe média, e enfoca a relação de um casal que após vinte e cinco anos de casados, com dois filhos, boa situação financeira, tem seu dia a dia modificado quando o marido fica impotente. Discussões banais sobre a piscina, a sauna do prédio, as vizinhas, a situação dos filhos na escola e seu futuro, a troca do carro, ganham nova dimensão. A mulher quer comemorar os vinte e cinco anos com a tradicional festa de “Bodas de Prata”, com direito a Igreja, salão de festas com bufê e orquestra e o famoso hotel em Poços de Caldas. Com a impotência do marido, começa uma insólita discussão sobre quando vai acontecer a segunda lua de mel. O contrato com a orquestra e o bufê já foram pagos pela mulher.
Dia 22 – Navalha na carne (1967)
A ação se passa no quarto de um bordel e trata dos conflitos de três personagens: a prostituta Neusa Sueli, seu cafetão, Vado, e o homossexual Veludo. Vado maltrata a ambos e, no fim, é intimado por Neusa a fazer sexo com ela, ameaçado por uma navalha. Ele se nega e a abandona.
Dia 29 – Dois perdidos numa noite suja (1966)
Dois farrapos humanos ligados por uma relação complexa, de companheirismo e inimizade, de ódio visível e, também, quem sabe, afeição subterrânea. Juntos, não chegam a constituir um par de amigos. Mas, separados, mergulhariam na solidão, o que seria ainda pior. O diálogo que travam é uma exploração constante das fraquezas recíprocas, um intercâmbio de pequenos sadismos. São duas figuras dramáticas. A linguagem da peça é tão suja quanto a noite que envolve as personagens, segundo o título, certamente a mais desbocada que já vimos em peça nacional.